Sobrevivendo o câncer (História da Carolline) - Entre Pinups

"Eu me chamo Carolline Bittencourt da Cruz, tenho 16 anos e moro em Alagoinhas, uma cidade pequena aqui na Bahia. Bom, eu adoro escrever. Quando escrevo me torno uma pessoa diferente da qual realmente sou no dia-a-dia porque quando eu escrevo realmente me torno eu.

Algum tempo atras a minha mãe se sentiu muito mal, ela ficou muito triste e sentia fortes dores, não tinha forças se que para andar. Assim que tivemos a possibilidade de leva-la a um médico, fomos a Salvador, que fica a 2 horas de viagem daqui tem melhores recursos do que aqui na minha cidade. O primeiro diagnostico foi câncer. Foram dias bem difíceis para todos nós aqui em casa, afinal câncer por si só já é uma palavra que carrega um certo peso. Lembro-me de todas as vezes que chorei no chuveiro baixinho para que ninguém pudesse me escutar, quando chorei a noite abafando o som no travesseiro e sem deixar que nada disto transparecesse durante o meu convivo com outras pessoas. 

Durante algum tempo guardei isto apenas para mim e não quis compartilhar com mais ninguém, eu teria que carregar todo o meu fardo sozinha e ninguém poderia fazer nada por mim; até que contei a um amigo meu muito próximo; ele me aconselhou, me guiou e me deu um colo quando precisei, além de guardar o meu segredo apenas para ele. Como disse no inicio eu adoro escrever e me sinto eu mesma escrevendo, um modo de desabafar e assim em um dia no colégio comecei a escrever no fundo do caderno e uma colega de classe que estava próxima a mim começou a ler cada pequena letra sem que eu reparasse e depois de ler tudo veio até mim para me " consolar ". Eu via pena nos olhos dela e em cada palavra que me dizia e nessas horas a pior coisa que existe é ter alguém com pena. Pena é a pior coisa que se pode sentir por alguém, é demostrar que este alguém é fraco e incapaz, e eu odeio ser fraca e incapaz. Como todos da sala estavam observando isso logo se espalhou e todos queriam vim me doar um pouco de sua pena.

No inicio eu respondia educadamente e inventava uma desculpa qualquer para sair de perto dessas pessoas. E no inicio isso foi fácil; com o tempo isso passou a me irritar cada vez mais, até que um dia explodi e acabei chorando e gritando no meio da sala. Toda vez que alguém comentava algo sobre isto comigo era como repetir pra mim que minha mãe estava doente e que poderia morrer, que poderia estar avançado e não ter mais cura. Era difícil lidar com toda a situação e encarar olhares piedosos para mim. A minha mãe chorava muito a noite embora tentasse esconder não conseguia, vi meu pai diversas vezes consolando-a e tentando dar esperanças de que o melhor estaria por vim, eu mesma queria abrir a porta e dize-la o quanto estava com medo e assustada mas que mesmo assim eu tinha esperanças de que tudo estaria de volta aos eixos em pouco tempo e que tudo ficaria bem novamente. Foram meses complicados e de muitas viagens a capital para exames e pericias; depois de longuíssimos meses a cirurgia foi realizada e obteve sucesso. 

Hoje a minha mãe voltou a sorri e eu aprendi lições com isso. Tudo na vida tem uma razão e por mais que as coisas pareçam ruins tudo pode melhorar e ficar realmente bem, basta ter esperanças.

Espero que a minha história sirva de exemplo e ajuda.

Beijos !"

Comentário da Pequena Pinup:

Oi Carolline, bem, não imagino como deve ser difícil passar por uma situação dessas, sem dúvidas uma das piores. Agradeço você por compartilhar, espero que ajude alguém que esteja passando por algo assim, família é algo delicado. Nem sempre se trata de uma doença, mas pode nos deixar muito pra baixo, e muitas vezes ninguém realmente pode entender, mas dividindo com alguém sempre é um conforto. Obrigada por dividir conosco!

E-mail para contato com a Carolline: carollinebc@hotmail.com 

Se você também quer compartilhar uma experiência ou história sobre você, mande para o e-mail entrepinups@hotmail.com, lembrando que pode ser qualquer coisa, estarei contente em conversar (alguma dúvida, ou alguma coisa muito legal que aconteceu ou está acontecendo, também vale!), Para colaborar nesse "quadro", basta colocar seu nome, estado (ou onde mora), sua experiência (resumida de preferência) e idade, se não quiser se identificar mas quer colaborar, não iremos divulgar seus dados. 

Beijos Pinups e até a próxima :)

ps: eu só público histórias quando tenho a confirmação do dono, então se você mandou mas não respondeu aos emails que eu mandei, não vou publicar!